Amlia Rodrigues — Vou dar de beber à dor A casa da Mariquinhas

[Letra de "Vou dar de beber à dor"] [Estrofe 1] Foi no Domingo passado que passei À casa onde vivia a Mariquinhas Mas está tudo tão mudado que não vi em nenhum lado As tais janelas que tinham tabuinhas Do rés-do-chão ao telhado não vi nada, nada, nada Que pudesse recordar-me a Mariquinhas E há um vidro pregado e azulado Onde havia as tabuinhas [Estrofe 2] Entrei e onde era a sala agora está À secretária um sujeito que é lingrinhas Mas não vi colchas com barra, nem viola, nem guitarra Nem espreitadelas furtivas das vizinhas O tempo cravou a garra na alma daquela casa Onde às vezes petiscávamos sardinhas Quando em noites de guitarra e de farra Estava alegre a Mariquinhas [Estrofe 3] As janelas tão garridas que ficavam Com cortinados de chita às pintinhas Perderam de todo a graça porque é hoje uma vidraça Com cercaduras de lata às voltinhas E lá p'ra dentro quem passa hoje é p'ra ir aos penhores Entregar ao usurário umas coisinhas Pois chega a esta desgraça toda a graça Da casa da Mariquinhas [Estrofe 4] P'ra terem feito da casa o que fizeram Melhor fora que a mandassem p'rás alminhas Pois ser casa de penhor o que foi viveiro d'amor É ideia que não cabe cá nas minhas Recordações do calor e das saudades o gosto Que eu vou procurar esquecer... Numas ginginhas Pois dar de beber à dor é o melhor Já dizia a Mariquinhas Pois dar de beber à dor é o melhor Já dizia a Mariquinhas


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