Fernando Pessoa — As Ilhas Afortunadas

Que voz vem no som das ondas Que não é a voz do mar? É a voz de alguém que nos fala, Mas que, se escutarmos, cala, Por ter havido escutar. E só se, meio dormindo, Sem saber de ouvir ouvimos Que ela nos diz a esperança A que, como uma criança Dormente, a dormir sorrimos. São ilhas afortunadas São terras sem ter lugar, Onde o Rei mora esperando. Mas, se vamos despertando Cala a voz, e há só o mar.


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